2 de mai. de 2011

Entrevista com a Presidente da Federação dos Bandeirantes de São Paulo, mãe, avó e mulher Aline Queiroz (Nina)

Nome : Aline Ma. Affonseca Pereira de Queiroz
Idade: 60 anos
Profissão: Do Lar

Conte um pouco da sua história: Nasci em São Paulo, numa família bem legal, tenho seis irmãos. Somos 3 homens e três mulheres. Sou gêmea da Ana Maria. Sempre nos demos muito bem, minha mãe foi uma grande educadora, não deixava que nos comparassem, e fez o possivel para que cada uma de nós tivessse seu espaço, seus amigos, etc. Estudei em colegio  feminino, de freiras, até o colegial. Aí fui para o Dante Aligueri, colegio misto, italiano, muita gente. Sempre joguei volei no Assunção, no Dante e joguei um pouco pelo Pinheiros quando menina. Fiz faculdade de Direito na PUC, mas não terminei pois casei e mudei. Fui morar no interior, em Jaú, depois na fazenda em Mineiros do Tietê. Em Jaú reabrimos o Movimento Bandeirante em 1973 ou 1974. Foi gostoso, depois reabrimos Bauru, e  Holambra de  Paranapanema. Tive 4 filhos muito legais: Felipe, Gilda, Elisa e Lucas, eles me ocuparam um tempo muito gostoso de educá-los. Nesta época já morava na fazenda e viviamos nossa vida bem rural, cuidando da suinicultura, fazendo queijo de bufalo, ajudando na horta, além da casa e dos meninos, tinha também um pré-primario na fazenda e uma escola rural. Eu cuidava da merenda e das atividades das crianças, vinham 2 professoras da cidade para dar aula. Em 1990 voltei para São Paulo, aonde estou até hoje. Trabalhei com decoração, com Recursos Humanos da empresa Suzano de Papel e Celulose. Fui coordenadora da Região de São Paulo em 1990 e 1991. Saí antes de terminar o mandato, pois consegui um emprego e não deu para conciliar. Trabalhei também numa indústria de resinas acrílicas a Quimicryl. Tenho 3 netos ( 1 menino e duas meninas), tenho 3 filhos casados e todos morando fora e indo bem profissionalmente.

Foi difícil conciliar família e trabalho? Na fazenda não foi, pois estava sempre bem perto deles. Aqui em São Paulo só moraram os 3 menores, Felipe já foi estudar o colegial em Piracicaba aonde também fez faculdade. Foi mais complicado, mas  eu tinha que fazê-lo para sustentá-los.

Alguma vez já se sentiu desvalorizada no trabalho por ser mulher? Não

Qual foi a situação mais dificil (preconceitos, agressões, assédio) que você passou por ser mulher? Foram as cantadas que levei logo depois de casada, quando ia de ônibus de Jaú para Bauru, tentar terminar a faculdade. Mulher casada não fazia faculdade em outra cidade. Os próprios estudantes excluiam, triste não?

Qual foi sua trajetória de bandeirante em que hoje você é a presidente estadual? Fui Fada, bandeirante e muito pouco tempo de guia. Com 16 anos fui auxiliar o novo ramo B2, que surgia, depois passei para a coordenaçao de B2 (com 18?). Depois na faculdade ainda fui coordê durante um tempo. Aí fui ajudar no estado. Em 1972, 1973 estava como auxiliar de coordês do estado. Ajudei a abrir núcleos e trabalhavamos ainda na Rua Pinheiros. Depois fui para o interior e lá continuei ajudando. Quando voltei para SP, convidaram-me para coordê tecnica estadual, cargo para o qual fui eleita. fiquei 1990 e 1991, saindo em abril pois precisei trabalhar tempo integral para sustentar a mim e aos filhos. Continuei, ajudando no Jequitiba, como apoio. Em 2001 indicaram meu nome para assessora nacional, aonde fiquei até 2006. Ajudei no novo estatuto, em treinos pelo Brasil em atividades nacionais.
Voltei para o estado em 2007 como vice presidente e agora estou no mandato como presidente. Em 2004 participei da Conferencia do Hemisferio, na Costa Rica, e em 2009 fui ao Panamá para um treinamento muito bom dos paises de lingua espanhola do Hemisferio ocidental.

Como é representar os bandeirantes do estado de São Paulo? Não posso dizer que seja simples, mas é gratificante quando você vê resultados. 

Considera-se uma mulher forte? Sim

Quais são seus principais desafios hoje? Muitas vezes sentimos nossos bandeirantes tão engessados ou tão incrédulos quanto a força que tem o grupo, nossos coordenadores dando o melhor de si, mas com tanta dificuldade de entender o programa, o método, que a gente fica triste pois o BP sempre foi um grande mestre da simplicidade, da observação, do acreditar no ser humano, no desenvolvimento através de jogos, de atividades construtivas, de valores humanistas, do respeito e da convivência, da experiência do outro, do meio ambiente, do servir a Deus, a sua Patria e a seu proximo. Gostaria que todos acreditassem mais e se preocupassem mais em estar formando bons lideres e otimos cidadãos. Gostaria que o pertencimento na instituição fosse importante para todos, e que todos que passaram por aqui tenham sedimentado algo de positivo para sua vida adulta e para melhoria de seu entorno.

Em poucas palavras, como você se define? Séria, muito afetiva, com uma crença imensa no ser humano, na vida em equipe e no grupo.

Um comentário:

  1. Excelente história de mulher batalhadora que chegou a um grande cargo em nossa instituição.
    Muito boa entrevista.
    Carol Florindo

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